domingo, 23 de novembro de 2014

LIVRE-SE DO MEDO

O MEDO DO DESCONHECIDO - Desabafo:
É incrível como tantos motociclistas(e não só eles, mas é de quem falamos por aqui) se imaginam e/ou se pintam como "radicais", "aventureiros" e se revelam(a si próprios, inclusive) tão "covardes"(desculpem o termo incisivo). Um amigo me pediu opiniões e dicas sobre a Bolívia(e as obteve, juntamente com meu incentivo), para onde pretendia realizar uma viagem de moto em breve, mas acabou desencorajado por opiniões contrárias.
Normalmente, não me incomodo com isso, sou maduro o suficiente para entender que opiniões variam, podem mudar, e tendem mesmo à divergência, em qualquer discussão ou assunto, inclusive na política, já que, aliás, vivemos em uma democracia. Não seria diferente no motociclismo. Mas o que me incomoda é que muitas dessas opiniões contrárias são emitidas e propagadas sem conhecimento de causa(também em outros temas), por puro medo do desconhecido, por "ouvir dizer". Ressalto que não estou generalizando, mas é preciso acabar com esse medo do desconhecido(inclusive na política e em outros temas do cotidiano) e com a disseminação dessa idéia de que (...)"é perigoso, arriscado, não vá"(...), e até mesmo de que "o medo é saudável", sem que se tenha efetivamente vivenciado uma situação concreta de perigo, isso também é PRÉ-CONCEITO, no sentido estrito do termo.
Também não sou tolo a ponto de dizer sobre qualquer lugar ou empreitada(em sentido amplo) que este(a) seja plenamente seguro(a)(a violência existe em todos os lugares, nuns mais acentuadamente, noutros menos, e as estatísticas e notícias(da imprensa) estão aí para ilustrar), mas por experiência própria, sem me gabar, posso atestar que estive na Bolívia(embora uma só vez, por enquanto), onde percorri de moto cerca de 800km, por estradas boas e ruins, grandes cidades e periferias, pequenas cidades e povoados, alguns trechos inclusive à noite, outros só(por cerca de 80km quando me "desgarrei" dos companheiros), sempre em total segurança. Resumindo, tomados alguns cuidados básicos(que não cabe citar aqui), podemos viajar de moto, carro, à pé ou em qualquer outro meio de transporte para qualquer lugar do mundo, como divertidamente já nos ensinaram em suas obras, grandes aventureiros que "rodaram" o Mundo sobre uma moto, como Marcelo Leite, Raphael Karan, Thiago Ramon Peretti, João Batista de Lima, dentre outros.
E para finalizar esse extenso e enfadonho desabafo, encerro com a célebre frase(li em algum lugar aqui no VMAS) de Alexander Graham Bell: "Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram" e com uma "dica": pare de pensar que o medo é saudável, viva, explore, corra riscos, conheça novos "mundos" e pontos de vista, assim como no motociclismo, em que a felicidade está no caminho, e não na chegada, na vida, a felicidade está na busca, e não na descoberta.
Rafael de F. Barata


ESTRADA REAL - CAMINHO DOS DIAMANTES(PARTE I) - DIAMANTINA A SERRO

Partindo cedo de Curvelo, rumei pela BR-259 até Diamantina, com o objetivo de percorrer um pequeno e precioso trecho da Estrada Real, entre Diamantina e Milho Verde, passando por Val e São Gonçalo do Rio das Pedras. Já na subida da Serra de Gouveia, o clima muda drasticamente e toma ares dos Alpes Suíços(eu nunca estive nos Alpes Suiços, mas deve ser assim), os ventos fortes que movimentam os geradores da Usina Experimental  do Parque Eólico do Camelinho(da CEMIG) trazem o frio e o tempo nublado dá a tônica durante boa parte do trajeto, tornando-o mais agradável ainda, como se precisasse. Uma rápida passagem pelo Largo Dom João, em Diamantina, uma das mais aprazíveis e belas cidades históricas brasileiras, e logo após passar defronte à Pousada do Garimpo, "inicia-se" o trecho de terra da Estrada Real(que nesse trecho, infelizmente, começa a ser asfaltado), à partir daí são cerca de 40km e diversão em plenitude, com paisagens e atrações dignas dos melhores livros em todas as direções, como as formações rochosas, o casarão abandonado(com aparência de antigo, mas construído pela Rede Globo para a série A Cura, segundo consta), a velha e longa ponte sobre o Rio Jequitinhonha e outras que ilustram esse álbum. Contei com a preciosa companhia do amigo Anderson Matoso, sem o qual não seria possível conseguir as melhores fotos ora expostas. De Milho Verde, voltei pela sinuosa estrada asfaltada, passando por Serro até pegar de volta a BR259 rumo a Curvelo, completando assim meu círculo "vicioso".
Para fins estatísticos:
total percorrido: 350km
tempo: 7 horas
total gasto: R$47,00(R$35,00 de gasolina, R$10,00 de lanche em Diamantina e R$2,00 de água mineral em Milho Verde)






































segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SERRA DA PIEDADE E CARAÇA - VIAGEM DE $100,00

VIAGEM DE $100

Minha viagem de $100 começou ainda pela madrugada, por volta das 5:30, quando cuidadosamente tirei minha a Zuleica(minha Sportster 883R 2009 azul perolizada) da garagem, de forma a não acordar minha esposa e filha, nem os vizinhos, com alto e grave som do seu vigoroso motor, sinfonia para meus ouvidos. Como deixo o tanque da “Magrela” sempre cheio para não ter que abastecê-la antes dos nossos passeios, bastou conferir as luzes e pressão dos pneus, confirmar que estavam ótimos, ligar o motor e pegar a estrada.
Parti, ainda sob a luz do luar, de Curvelo rumo a Belo Horizonte, onde encontrei dois amigos que me acompanharam em parte do passeio, até a Serra da Piedade, no município de Caeté. A subida da serra é repleta de curvas bem fechadas, que deixam a magrela bem à vontade, por ser mais leve, ter entre-eixos mais curto e pedaleiras recuadas e em posição um pouco mais elevada que nas demais customs. Mesmo assim, o limitador inclinação das pedaleiras chegou a raspar em algumas curvas, uma delícia.
Já no topo da serra, aos 1.700m de altitude, pudemos desfrutar da maravilhosa vista e da belíssima Capela de Nossa Senhora da Piedade, construção histórica iniciada no ano de 1.704 e concluída em 1.770, inteiramente restaurada e preservada. No local ainda pudemos ver belas formações rochosas e o calvário onde os fiéis se dirigem em multidões para pedir graças e “pagar” suas promessas.
Da Serra da Piedade, após despedir dos amigos que me acompanhavam, seguimos eu e a Magrela rumo ao Parque Natural do Caraça, que abriga também o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens e o antigo colégio setecentista, por onde passaram personalidades importantes da História do Brasil, como os presidentes da República Afonso Pena e Arthur Bernardes.
A construção do Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens foi iniciada em 1774 pelo irmão Lourenço, que havia fugido de Portugal para as Minas Gerais, tentando livrar-se de uma condenação à morte, imposta pelo Marquês de Pombal. O tradicional Colégio do Caraça, por sua vez, foi fundado em 1820, por Congregação da Missão, tendo encerrado as suas atividades em 1968, em função de um violento incêndio que lhe destruiu as instalações. O atual parque compreende uma área de 11.233 hectares onde convivem os ecossistemas da Mata Atlântica e do Cerrado, caracterizando-se como uma área de transição. A sua altitude varia entre os 720 e os 2.070 metros acima do nível do mar, com destaque para o chamado Pico do Sol, considerado como ponto mais alto da região e da serra do Espinhaço. Um lugar de belezas naturais e arquitetônicas incríveis, cercado de história e cultura. Infelizmente não pude pernoitar no local, que abriga algumas pousadas, inclusive uma que funciona no próprio Colégio do Caraça, onde, quase todas as noites, lobos guarás que vivem soltos nas matas da região, domesticados pelos antigos padres e professores da instituição, vão até o jardim de entrada para buscar pedaços de carne crua deixados pelos funcionários do Santuário, uma atração à parte.
Depois de conhecer o Museu que abriga diversas peças antigas, da época da construção do Santuário, como móveis, livros e utensílios domésticos, pegamos a estrada e voltamos realizados para casa.
Ao longo da viagem, foram necessários apenas três abastecimentos, num total de $65,32, e os gastos com alimentação, que incluíram um café da manhã em Piedade e um pequeno almoço na chegada ao Caraça, ficaram em $12,30. As entradas no Santuário de N. Senhora da Piedade e no Parque do Caraça custaram, respectivamente, $3,00 e $10,00. Cumprida, portanto, a meta da viagem que era divertir e conhecer belos lugares gastando menos de $100,00, precisamente, $90,62.*
*Valores em Reais(R$).
Rafael de Figueiredo Barata

A Serra da Piedade está localizada na região metropolitana de Belo Horizonte e contribui para a formação do Rio Doce, entre outros. É a continuação da Serra do Curral e localiza-se no limite norte do Quadrilátero Ferrífero, sua altitude chega aos 1700 metros de altura, por isso os ventos são constantes na região, e durante o inverno é comum a formação de geada. Abriga o Observatório Astronômico da UFMG e os radares do CINDACTA, que monitoram os céus da região. O santuário de Nossa Senhora da Piedade, a padroeira do estado de Minas Gerais, é um local tradicional de romarias e está vinculado a muitas lendas. A única construção histórica preservada hoje é a Capela Nossa Senhora da Piedade, localizada no topo da serra, tendo sua construção sido iniciada por volta de 1704 e concluída por volta de 1770.

Já o Parque Natural do Caraça localiza-se no município de Catas Altas, no estado de Minas Gerais, no Brasil, e é considerado como um santuário ecológico. Compreende um complexo arquitetônico de inestimável valor histórico-cultural, que abrange o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens e o antigo colégio setecentista, por onde passaram personalidades importantes da História do Brasil, como os presidentes da República Afonso Pena e Arthur Bernardes.
A primitiva igreja, a partir da qual se processaria a ocupação da região, foi iniciada em 1774 pelo irmão Lourenço, que havia fugido de Portugal para as Minas Gerais, tentando livrar-se de uma condenação à morte, imposta à sua família pelo Marquês de Pombal. O tradicional Colégio do Caraça, por sua vez, foi fundado em 1820, por Congregação da Missão, tendo encerrado as suas atividades em 1968, em função de um violento incêndio que lhe destruiu as instalações. O atual parque compreende uma área de 11.233 hectares onde convivem os ecossistemas da Mata Atlântica e do Cerrado, caracterizando-se como uma área de transição. A sua altitude varia entre os 720 e os 2.070 metros acima do nível do mar, com destaque para o chamado Pico do Sol, considerado como ponto mais alto da região e da serra do Espinhaço. Entre as espécies estudadas no parque, foram identificadas mais de duzentas espécies de orquídeas, além de exemplares de candeia, macaúba, angico, ipê amarelo, entre outros. Essa diversidade vegetal provê suporte a uma fauna também variada, onde convivem diversas espécies de aves (siriemas, tucano-de-peito-amarelo) e animais como saguis, sauás, quatis, suçuaranas, raposas, antas, pacas, o tamanduá-mirim e o lobo-guará, entre outros.
Fonte: Wikipedia.