domingo, 22 de fevereiro de 2015

Viagem de R$100,00 - Juquinha e Cachoeira do Tabuleiro

Com a recente alta da gasolina tá ficando difícil cumprir à risca a meta das viagens de $100, mesmo sendo a moto um veículo econômico. A viagem dessa terça feira de carnaval totalizou R$104,20, e começou assim:

Fiz a viagem acompanhado de três amigos inseparáveis e indispensáveis, Pai, Filho e Espírito Santo. Saímos de Curvelo às 6 da manhã, com o céu ainda escuro, clareando só por volta das 06h30min, quando já alcançava os 50/55 km de estrada rumo a Sete Lagoas. Lá, uma rápida parada para completar o tanque da moto que já havia saído quase cheio, ao custo de R$20,00(6,26l), e outra na drogaria para compra de repelente, barras de cereal e água mineral, suplementos importantes para a "escalada" da trilha até a Cachoeira do Tabuleiro, a maior de Minas e terceira maior do Brasil, com seus 273m de comprimento, e segundo objetivo da viagem.

De Sete Lagoas partimos(eu e meus três amigos) para o primeiro objetivo da viagem, que era a Estátua do Juquinha na Serra do Cipó, precisamente no km 117 da MG-010, passando antes por Baldim, São Vicente e próprio circuito turístico Serra do Cipó, com vários restaurantes e pousadas bem convidativos. Pouco antes de "pegar" a MG-010 fui agraciado pela natureza com o vôo à minha frente de dois lindos tucanos.

Chegamos ao "Juquinha" às 09h00min, dentro do programado, e com o céu relativamente nublado. Após os cumprimentos, já que era um sonho antigo conhecer "pessoalmente" o velho Juquinha, fizemos algumas "selfies" e eu me despedi, pegando a estrada novamente rumo a Conceição do Mato Dentro.

No topo da serra, o céu "se armou" e pesados "nimbus cumulus" ameaçavam despencar sobre a terra, o que me fez cogitar em pensamento o retorno daquele ponto, já que com chuva o acesso ao Parque do Tabuleiro pode ser suspenso, mas resolvi prosseguir e essa decisão se mostrou bem acertada, pois as nuvens foram se afastando e o sol ressurgiu com vigor. Pouco antes da chegada a "Conceição", enquanto passava pela ponte sobre o Ribeirão Santo Antônio, avistei à direita ao longe uma velha ponte de concreto que provavelmente era por onde passava a estrada antigamente, como não gosto de pontes(irônico), fiz meia volta e peguei uma estradinha de lama até a ponte, só para conferir. Fiz meia volta de novo e segui até a cidade, onde tomei café da manhã(pão de queijo e café com leite) às 10h15min, ao custo de R$3,30. Ali mesmo na padaria colhi algumas informações sobre o acesso ao parque(do Tabuleiro) e segui.

A estradinha de terra de cerca de 18 km que liga Conceição do Mato Dentro ao distrito de Tabuleiro garante alguma emoção aos motociclistas, já que repleta aclives e declives bastante íngremes e cascalhados, em que é preciso descer(os declives) com cautela e lentidão, já que os freios, caso necessário acioná-los, não são suficientes para segurar o veículo, que escorrega até algum obstáculo ou barranco, e foi isso que quase aconteceu comigo enquanto descia um trecho em curva e precisei frear, seguindo em linha reta até a contramão e acostamento, que felizmente terminava em um gramado e não em um precipício ou barranco(também no retorno havia um carro pequeno batido de ré no barranco, provavelmente não teve força suficiente para subir a ladeira e derrapou em marcha à ré até afundar as rodas na erosão deixada pelas enxurradas e bater a lateral traseira no barranco). Além disso, em vários trechos a estrada está coberta pelas copas das árvores que se encontram formando um pergolado natural muito bonito e que garante temperatura agradável mesmo sob o sol forte do verão.

Após passar pelo povoado ainda há um pequeno trecho com muitas subidas até a entrada do parque, aonde chegamos por volta das 11h00minh. Moto deixada ao lado da portaria onde os simpáticos e corteses funcionários do parque fazem o controle de acesso, dão instruções, alertas e dicas e recebem a taxa de R$10,00 cobrada pelo Município. A partir daí, se o objetivo for chegar ao poço da Cachoeira do Tabuleiro, é bom estar em razoável forma física, bem disposto e munido pelo menos de alguns alimentos e água ou isotônicos. O meu kit de sobrevivência incluía uma garrafa de água mineral, 4 barras de cereal e um energético de rápida absorção, além de proteção de roupas que cobriam todo o corpo, boné e óculos escuros. Iniciei a descida da trilha(nível difícil) às 11h15min e gastei 50min(a média é de 1h) para chegar até o poço. Os trechos mais perigosos(na minha opinião) são os iniciais, onde é preciso descer pedras bem íngremes muitas vezes agarrados a elas, em posição de alpinista mesmo. Curiosamente, tinha um casal de 80 e 72 anos, respectivamente, acompanhados dos filhos, que tentavam descer a trilha. Achei uma irresponsabilidade, mas não percorreram mais que uns 500m dos 2,5km totais da distância até o poço. Quando se chega à parte baixa da trilha, o perigo até diminui, mas a dificuldade aumenta muito porque é preciso escolher o melhor caminho e pular de pedra em pedra, passar por entre raízes de árvores e ainda ficar atento à presença de animais peçonhentos, mas a vista desde o início da trilha e principalmente a chegada ao poço, que é a cereja do bolo, recompensam todo esforço.

Fiz um mergulho no poço da cachoeira e nadei até as pedras que ficam exatamente embaixo da queda d'água, para relaxar e recuperar a energia gasta pra chegar até ali. Iniciei o retorno às 13h15min e alcancei a portaria do parque novamente às 14h50min, num ritmo bem mais lento que durante a descida, e tendo feito várias paradas para descaso, hidratação e alimentação, insuficientes para evitar o início de câimbras na coxa direita, além de muita estafa.

Após os agradecimentos ao pessoal da administração do parque pela receptividade e, simpatia e boa orientação na chegada, "peguei" o caminho de volta até Curvelo, fazendo rápidas paradas para almoço/lanche(R$5,50, um refresco de abacaxi pequeno e uma torta de frango) e abastecimento(R$48,40(14l)), na certeza de que não devemos viver apenas nossas vidas, e sim nossos sonhos, pois são eles dão sentido à vida, movendo o corpo e acalentando a alma e o coração.


























*Para fins estatísticos, foram 567 km percorridos com consumo médio de 23,26km/l.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Parque Estadual do Biribiri

"O Parque Estadual do Biribiri está inserido no complexo da Serra do Espinhaço. A Vila Biribiri, inserida na área do parque, tem importante registro da história da indústria têxtil mineira. Foi nessa área que funcionou a fábrica de tecidos, criada pelo Bispo Dom João Antônio dos Santos, em 1876, uma das primeiras comunidades fabris do estado.
As pessoas que passam por Biribiri se encantam não somente por seu casario, mas principalmente pelas paisagens de beleza cênica, com seus rios de leitos de pedras, formando cachoeiras e atravessando campos. A área abriga várias nascentes e cursos d'água: o Rio Biribiri, que moveu as turbinas da hidrelétrica geradora da força motriz da fábrica de tecidos; o Rio Pinheiros e diversos córregos, sendo os mais famosos o Sentinela e o Cristais.
Os descendentes dos proprietários da fábrica contam histórias sobre os suntuosos degraus da Cachoeira dos Cristais, cujas rochas teriam sido cortadas com talhadeiras pelos proprietários da época, à procura de diamantes. Hoje, o local é um centro cultural e histórico.
A cobertura vegetal nativa é composta por Cerrado, Campos Rupestres e Matas de Galeria. Podem ser encontrados diversas espécies da fauna, muitas delas ameaçadas de extinção, como o lobo-guará e a onça-parda ou suçuarana."
Fonte: IEF.mg.gov.br